Elas representam 54% da força de trabalho no setor
Unindo força, dedicação e resiliência são elas, as mulheres, a maior parte responsável por girar a engrenagem do turismo mundial, representando 54% da força de trabalho no setor e, acumulando, na maioria das vezes, os papéis de mães, esposas, donas de casa, arrimo de família e tantos outros.
Com tantas responsabilidades acumuladas, o malabarismo diário da vida das mulheres, sem deixar a sensibilidade de lado, é o que faz a diferença em todos os lugares em que elas atuam. Não seria diferente no turismo.
O Ministério do Turismo (MTur) traz mulheres com diferentes histórias de vida, mas uma coisa em comum, a dedicação para transformar o setor do turismo em um ambiente mais inclusivo e diverso. Conheça as histórias de quem faz acontecer no setor.
Patrícia e Raimunda Duarte
Mãe e filha acumulam, juntas, mais de 40 anos dedicados ao turismo. Elas moram em Brasília e têm como escritório um dos maiores cartões postais da cidade, a Praça dos Três Poderes. Lá elas vendem souvenirs, lembrancinhas características da capital federal. São miniaturas da Catedral de Brasília, do Congresso Nacional, do monumento A Justiça, da estátua dos Dois Candangos e contam, com orgulho, suas trajetórias de vida.
“Meu nome é Patrícia Rodrigues Duarte, eu trabalho vendendo lembrancinhas de Brasília aqui na Praça dos Três poderes há 18 anos. Sou casada, tenho duas filhas e sustento a minha família esse tempo todo vendendo lembrancinhas para turistas “, contou.
“Eu até cheguei a me formar em enfermagem com o dinheiro daqui das vendas, mas passei por um câncer seguido de uma depressão e acabei ficando pouco tempo exercendo a enfermagem. Daí eu voltei pra cá, porque eu gosto de trabalhar aqui. Aqui eu converso com as pessoas, conheço muita gente. Já vi famosos, já vi presidente, já veio até ator internacional aqui comprar comigo. Aí ele perguntou quanto custava. Eu disse “fifty”! Falei assim, em inglês. Eu aprendi inglês vendo o povo aqui falando, assim, o básico para entender a galera.”
Já sua mãe, Raimunda, foi a pioneira na venda de artesanato na família, ela já tem mais de 30 anos dedicados ao setor. “Meu nome é Raimunda Rodrigues Duarte. Eu trabalho aqui na Praça há uns 35 anos. Antes disso eu vendia churrasquinho e foi assim que criei minha filha e hoje ajudo a criar minha neta’, contou.
Maria José Carvalho
Maria José é professora e Guia de Turismo, ela atua como guia há 23 anos. Maria conta que quando mudou para Brasília viu na cidade, que é Patrimônio Cultural da Humanidade, uma grande oportunidade para trabalhar no setor. Então ela foi atrás do curso de guia de turismo.
A partir daí Maria José começou a estudar a fundo a história da cidade, da construção da capital à arquitetura, a arte e o paisagismo que permeiam a cidade. A partir disso, ela começou a criar ativos, trabalhar na elaboração de produtos turísticos em forma de experiências.
Desde 2001 ela trabalha com o turismo de experiência. “O que eu faço é tornar a atividade turística uma experiência e não apenas uma visitação para fazer fotos”, conta. “Hoje em dia as pessoas procuram muitos lugares ‘instagramáveis’, mas na minha opinião não adianta ter fotos lindas se não souber o valor daquele prédio, sua história, as técnicas que foram empregadas na sua arquitetura”.
Para ela, a atividade turística tem muito do feminino. “O que se percebe no turismo é o cuidado, o acolhimento, a hospitalidade, característica que muitas mulheres possuem”. Por isso ela acha que as mulheres se encaixam tão bem nas atividades turísticas.
MTUR DAS MULHERES – Seguindo a tendência mundial, o Ministério do Turismo também guarda em seu corpo de trabalho um grande percentual feminino. 52% da força de trabalho é composta por mulheres que também carregam em suas histórias a luta para fazer do turismo um lugar de crescimento, empoderamento e esperança para milhões de pessoas.
Fabiana de Melo Oliveira
Fabi, como gosta de ser chamada, iniciou há 18 anos sua trajetória profissional no turismo. Ela é turismóloga, com ênfase em Planejamento e Gestão. Em 2008, ingressou no Ministério do Turismo e está há 15 anos contribuindo para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas do setor. “Especialmente em projetos que têm impactado positivamente a vida das pessoas, com destaque para as mulheres, que muitas vezes são as pessoas que carregam os traços da cultura, os costumes e modos de vida genuínos de locais de forte apelo turístico”, contou.
Hoje ela exerce a função de Coordenadora-Geral de Produtos e Experiências Turísticas dentro do Ministério. “Na carreira do turismo encontrei meu propósito profissional. É uma satisfação enorme poder mostrar, por meio do turismo, a diversidade da cultura brasileira, valorizar e dar voz às pessoas, contribuir para a conservação do meio ambiente e, sobretudo, promover o bem-estar das pessoas”, finalizou
Janara Braga
Ao contrário de sua colega Fabi, a Chefe de Gabinete do Ministério do Turismo, Janara Braga, não planejou uma carreira na área do turismo. Apesar disso, admite ter se encontrado no setor. Ela é responsável pela gestão das equipes que trabalham no Ministério e acompanha a parte administrativa e de execução dos projetos do MTur. Ela é formada em direito e trabalhou por muito tempo na Câmara dos Deputados, apenas no ano passado foi convidada a se juntar à força de trabalho do MTur.
“Trabalhar no turismo foi uma oportunidade maravilhosa porque eu amo a pauta e sempre quis trabalhar no setor, mas nunca tive um direcionamento específico para isso dentro da minha vida profissional. Posso dizer que me encontrei no turismo, pois é uma pauta de extrema importância para o desenvolvimento econômico do país, que gera emprego, investimento e uma série de possibilidades para o Brasil”, aponta.
Ela chama atenção para o fato de existirem muitas mulheres em posição de destaque no Ministério do Turismo o que, infelizmente, ainda não é tão comum mundo afora. “Aqui, especificamente, existem muitas mulheres em cargo de chefia”, comemora. “São pessoas de extrema competência e que tem a minha admiração por conseguirem ser mães, mulheres, esposas e carregarem todas as responsabilidades que ser mulher traz. E essa representatividade é muito importante para as pessoas saberem que todas podem chegar lá”.
PARCERIA COM O MINISTÉRIO DAS MULHERES – Recentemente, o ministro do Turismo, Celso Sabino, assinou um protocolo de intenções junto à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, no âmbito da iniciativa “Brasil Sem Misoginia”, que visa a proteção à violência de gênero e de combate ao assédio e à importunação sexual. A ação teve início no período do Carnaval.
As medidas envolvem o trade turístico, principalmente os segmentos de hotéis, pousadas, bares, restaurantes e casas noturnas. Uma das ações previstas é a implementação da Lei nº 14.786, de 28 de dezembro de 2023, que cria o protocolo “Não é não” para prevenção ao constrangimento e à violência contra a mulher e proteção à vítima, no âmbito do setor do turismo.
O MTur será o responsável por mapear eventos geradores de fluxo turístico e locais estratégicos para a realização de ações de sensibilização dos turistas para combate à misoginia, no âmbito do Turismo Responsável. A pauta também será debatida em fóruns entre os membros do Conselho Nacional de Turismo (CNT) e as secretarias estaduais por meio do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur).
GUIA NÃO É NÃO – A parceria também gerou uma campanha contra a misoginia e pelo respeito às mulheres no carnaval de 2024. Uma das ações é um Guia elaborado para orientar empresários do trade turístico sobre o que diz a Lei 14.786/2023, que criou o protocolo Não É Não.
Em linguagem acessível, a publicação informa sobre os deveres dos estabelecimentos comerciais diante da ocorrência de constrangimento ou violência contra as mulheres em boates, casas noturnas, shows musicais ou em eventos esportivos. O cumprimento das regras atribui ao local o Selo Não É Não – Mulheres Seguras e o nome da casa fará parte de uma lista para consulta da sociedade, a ser divulgada pelo poder público.
Por: Ministério do Turismo (MTur)