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Dia da Mulher: participação das mulheres na arquitetura e urbanismo

Com a celebração do Dia Internacional da Mulher se aproximando é necessário falar sobre as conquistas no âmbito profissional e os espaços que as mulheres ocupam. A categoria de Arquitetos e Urbanistas mostra por um levantamento realizado pelo Conselho de arquitetura e urbanismo do Brasil (CAU-BR) que existe um grande crescimento das mulheres no setor. Ao todo são 64,34% de mulheres que estão registradas no CAU e mesmo sendo maioria, nem sempre elas encontram as mesmas condições de acesso, exercício, permanência e ascensão no campo da arquitetura. 
Mesmo com o aumento de representatividade em quase todas as categorias e sendo maioria nos plenários e vice-presidências estaduais, as mulheres presentes no conselho não têm grande espaço em posições de presidência. Das 13 mulheres que se candidataram a presidências de CAU/UF, somente seis foram eleitas ao longo dos anos. Dentre os homens, por outro lado, 21 dos 25 candidatos foram empossados presidentes, ou seja, 84% deles.
 Para a arquiteta e urbanista formada há mais de 20 anos, Melissa Toledo, essa data é importante para refletir como as primeiras reivindicações feitas pelas mulheres foram justamente buscando melhores condições no âmbito de trabalho e que simboliza a data histórica de luta pelos nossos direitos.
“A figura masculina já tem grandes proporções de destaques nos espaços e mesmo com as mulheres atualmente ocupando grandes postos, os cargos de superiores acabam sendo na grande maioria dos homens, como mostra a pesquisa do CAU. Ainda temos uma luta constante para conseguir total igualdade entre homens e mulheres”, completou Melissa.
 O CAU-BR achou necessário para além de valorizar as mulheres do conselho foi instituído em 2020 o dia 31 de julho como o Dia Nacional da Mulher Arquiteta e Urbanista. Com a inclusão no calendário oficial, o CAU Brasil procura fomentar o debate sobre as equidades entre mulheres e homens na arquitetura e também na sociedade.
Melissa Toledo ressalta ainda a importância de se valorizar grandes mulheres que já passaram pela Arquitetura e Urbanismo, como Lina Bo Bardi, Italiana que se naturalizou brasileira e se tornou uma das grandes arquitetas do país, responsável por grandes projetos como o Museu de Arte de São Paulo.
Outro nome que segundo a arquiteta não pode deixar de ser lembrado é o de Rosa Grena Kliass, pioneira no paisagismo no Brasil e foi a primeira Presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP).
 Conhecida como a “rainha das curvas” ou “arquiteta futurista”, Zaha Hadid não poderia ficar de fora, uma das profissionais mais renomadas da história da arquitetura foi a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker, considerado o prêmio Nobel da arquitetura.

Entre esses grandes nomes está também a jovem carioca Carla Juaçaba, hoje uma das arquitetas brasileiras mais em evidência no exterior e que foi a primeira a ganhar o prêmio Arcvision, que atua em prol da inovação social, ambiental e sustentável.
“Cada uma dessas grandes arquitetas tem suas histórias e conquistas e eu me vejo muito em cada uma delas, é necessário estar preparado para o ônus e o bônus de cada escolha, principalmente profissionalmente. Para mulher é difícil, para mulher e mãe é ainda duas vezes mais difícil, sei que estamos evoluindo e conquistando grandes espaços e cada vez mais próximos dessa equidade com os homens, mas esta data nos faz analisar e refletir o quanto ainda falta para um ambiente ideal e com mais oportunidades especialmente em cargos superiores.” Finaliza a arquiteta.

Por Alessandra Mourão

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