Darlisson Ramos integra o projeto “Repórteres da Floresta”, iniciativa da FAS que busca empoderar a juventude amazônida através da educomunicação
Mais liberdade e voz para lutar em prol do desenvolvimento sustentável da Amazônia foi o principal pedido de Darlisson Ramos, representante de comunidades amazônicas, durante a cerimônia de abertura do Congresso Mundial do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) 2024, com o tema “Transformando compromissos em ação”, realizado de 18 a 21 de junho, em São Paulo (SP).
Sob o comando da prefeitura da capital paulista, o encontro reuniu mais de 1,7 mil participantes e representantes políticos de 96 países para discutir avanços do desenvolvimento urbano sustentável e a adaptação aos desafios locais e regionais.
A cerimônia de abertura, realizada na noite de terça-feira (19/06), contou com a participação de autoridades como Jader Barbalho Filho, ministro das Cidades; Gino Van Begin, secretário geral do ICLEI; e Katrin Stjernfeldt Jammeh, prefeita de Malmö, cidade da Suécia, e presidente do ICLEI.
Em sua fala, Darlisson Ramos reivindicou mais espaço de luta em defesa da região amazônica. “Nós, jovens, incluindo eu, queremos ter mais voz e liberdade para lutar. Peço aos representantes [do evento] que nos deem mais oportunidades, que olhem para a Amazônia não com um olhar de pena, mas sim de solidariedade para nos ajudar na luta contra as queimadas e outras causas climáticas, que afetam a nossa comunidade, e a nossa Amazônia”, declarou.
Natural da comunidade ribeirinha Tumbira, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro (aproximadamente 1h30min de barco partindo de Manaus), onde as principais atividades econômicas giram em torno do artesanato e o Turismo de Base Comunitária (TBC), ele também integra o projeto “Repórteres da Floresta”, iniciativa da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Ecônomico e Social (BNDES) e Movimento Bem Maior, que visa empoderar a juventude amazônida por meio da educomunicação.
Também esteve no evento o jovem Joel Hipy, da comunidade Boa Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Amapá, no município de Manicoré (AM).
Joel, que atua como apoio educacional no Dell Solar Community Hub, fomentado pela Dell Technologies, teve a oportunidade de participar de uma roda de conversa com outros jovens de diferentes cidades para falar de suas vivências na RDS Rio Amapá.
Durante a roda de conversa, o comunitário compartilhou sobre os desafios e as conquistas da comunidade Boa Esperança, destacando a importância da educação e da tecnologia na transformação social e ambiental dos jovens daquela região.
Manifesto das Juventudes
A cerimônia de abertura também foi marcada pela leitura do “Manifesto das Juventudes”, elaborado por especialistas no assunto com a colaboração especial da supervisora de educação ambiental da FAS, Iarima Lopes.
No dia 21, a educadora participou da sessão “O poder da juventude: construindo comunidades justas e iguais”, apresentando os projetos da FAS que promovem o empoderamento e a voz dos jovens da região.
Segundo ela, o texto reúne medidas imprescindíveis para que as autoridades criem projetos alinhados ao Acordo de Paris e à Agenda 2030. As medidas destacadas no documento são “Disponibilidade de dados para aprimorar a ação climática”; “Justiça Climática, Direitos Humanos e Perspectiva de gênero e raça”; “Perspectiva de gênero”; “Conhecimentos tradicionais”; “Territorialidades e Juventudes”; além de “Natureza e saúde”. O texto pode ser acessado na íntegra por meio do link https://americadosul.iclei.org/documentos/manifesto-das-juventudes/.
De acordo com Iarima, a presença dos dois comunitários permitiu um intercâmbio cultural enriquecedor. “Suas vivências e experiências contadas para o público presente poderão ser compartilhadas e servir como representação de suas comunidades”, afirma.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 16 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.
Fonte: Up Comunicação Inteligente – Emanuelle Aráujo