Quem participa do projeto faz exames laboratoriais de graça e ainda ajuda a acelerar a medicina de precisão para a população brasileira
O Projeto gen-t do Brasil está construindo um banco genético com o objetivo de melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças na população brasileira. A iniciativa já passou por São Paulo e Minas Gerais, e na próxima terça-feira, 25 de julho, das 6h às 11h, estará em Manacapuru (a 98 quilômetros de Manaus) para uma coleta piloto com 100 participantes.
Quem participa do projeto doa uma amostra de sangue e realiza diversos exames laboratoriais sem qualquer custo, como hemograma completo, avaliação do colesterol, exames para diabetes, aferição da pressão arterial, mapeamento da frequência cardíaca e análise do Índice de Massa Corporal (IMC) e da circunferência abdominal.
“Esses exames oferecem uma avaliação geral da saúde dos participantes e são tópicos importantes para identificar fatores de risco e detectar doenças. A equipe da gen-t retornará a Manacapuru anualmente por um período de cinco anos, para refazer os exames nos voluntários que participaram do projeto e enviar novos relatórios de saúde”, informa Bárbara Godoy, head de operações da gen-t.
O projeto funcionará na UBS Santo Antônio, localizada na Rua José Afonso, 259-385, no bairro de Terra Preta, das 6h às 11h. Para participar, é preciso ser brasileiro(a), ter 18 anos ou mais, apresentar um documento com foto (como RG ou CNH, por exemplo) e fazer o agendamento pelo site https://gen-t.science/agendamento/.
As articulações do projeto gen-t na Amazônia e a organização da coleta piloto em Manacapuru (AM) são coordenadas pela Benevolência Consultoria.
Como funciona o agendamento e a coleta?
Ao acessar o link de agendamento, o participante seleciona o dia e o horário que deseja realizar a coleta de sangue, e fornece seu nome, e-mail e número de telefone para contato. Depois, é preciso ler o Termo de Consentimento e, se estiver de acordo, assinar as páginas e responder um questionário sobre a sua saúde e os seus hábitos de vida.
Ao chegar ao laboratório no dia agendado, um membro da equipe gen-t realizará um exame clínico no voluntário, com medição da pressão arterial, da frequência cardíaca e da temperatura, além da checagem de peso, altura e tamanho da circunferência abdominal.
Em seguida, uma amostra de sangue será coletada para a realização de exames laboratoriais e a obtenção do DNA. Após a análise, em até quatro dias, o participante receberá por e-mail e SMS o resultado dos exames.
O que acontece com a minha amostra de sangue doada para o projeto?
Parte da amostra tem como destino um laboratório parceiro para a realização dos exames laboratoriais, cujos resultados serão entregues para os participantes em poucos dias. A outra parte é direcionada para o laboratório da gen-t, onde passa por um rigoroso processo de conferência e recebe um código de identificação.
Assim, as informações pessoais se tornam anônimas, garantindo a privacidade dos voluntários. Em seguida, o DNA é extraído do resto do sangue e fica pronto para o sequenciamento genético.
“As descobertas do projeto podem se traduzir no desenvolvimento de novos medicamentos mais eficazes, mais específicos e mais inteligentes. E o melhor de tudo: este não é um benefício apenas para o indivíduo, é um benefício para todos”, conta Lygia V. Pereira, CEO da gen-t e professora titular de Genética Humana na Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente, 80% do material genético utilizado para pesquisas no mundo vêm de populações brancas e de origem europeia, o que limita o potencial de descobertas e a efetividade de algumas terapias para outras populações. O Brasil tem grande potencial para mudar esse cenário, já que nosso povo é formado pela mistura de diversas etnias.
Além de fomentar a ciência genômica do mundo, o projeto pretende melhorar a medicina de precisão para brasileiros, pois será uma mostra genética da nossa população.
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Fonte: Up Comunicação Inteligente – Emanuelle Aráujo