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Manifesto apresenta soluções para floresta amazônica sob o olhar de jovens do território 

Mais de 60 jovens indígenas, ribeirinhos e de comunidades tradicionais participaram do II Congresso da Juventude da Floresta, realizado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), nos dias 16, 17 e 18 de julho, na Comunidade do Tumbira, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, a duas horas de barco de Manaus.

Durante o encontro, foram debatidas iniciativas para fortalecer a educação, a cultura e a sustentabilidade na região amazônica. Como resultado, os jovens redigiram um manifesto que será apresentado a líderes nacionais e internacionais na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro, em Belém.

O evento faz parte do projeto “Práticas Pedagógicas Inovadoras para Melhoria do Ensino Fundamental e Médio na Amazônia Profunda”, desenvolvido pela FAS em parceria com o Movimento Bem Maior (MBM) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), ambas do Amazonas.

Além dos jovens, o congresso reuniu especialistas, educadores, lideranças comunitárias e representantes de instituições sociais comprometidas com o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Helena Garrido, moradora da Comunidade do Tumbira, também contribuiu para a construção do manifesto, que reúne reivindicações escritas pelos próprios jovens e descreve o futuro que sonham para a Amazônia.

“Tivemos a participação de jovens de comunidades e municípios diferentes, levando a importância da mitigação e adaptação às mudanças climáticas para outros territórios. Além disso, a juventude criou uma carta que será entregue na COP30, com propostas relacionadas ao desenvolvimento e à capacitação para que os jovens possam defender a Amazônia. Tudo isso é muito importante para o futuro do planeta”, afirma.

Ao longo dos três dias, a programação incluiu rodas de conversa, mesas institucionais e oficinas sobre educação no Ensino Médio, educomunicação, empoderamento feminino, protagonismo juvenil e valorização da cultura amazônica como estratégia para superar desafios estruturais nos territórios.

A primeira discussão ocorreu na tarde do dia 17, com a palestra “Pré-COP30: Mudança e Mitigação Climática nos Territórios”. Na manhã do dia 18, aconteceu a mesa de diálogo “Juventudes da Floresta — Quem Somos e o Que Queremos?”, que reuniu os participantes para discutir suas identidades, sonhos e os desafios climáticos nos territórios onde vivem.

O jovem comunicador indígena Israel Sateré-Mawé avaliou o encontro como essencial para quem vive em comunidades. “Nesses três dias, entendemos como é enfrentar os desafios de nossas comunidades e tivemos a oportunidade de construir uma carta rumo à COP30, onde colocamos nossas dificuldades e o que queremos”, destacou.

O documento citado por ele é o “Manifesto da Juventude da Floresta”, elaborado coletivamente, com propostas e apelos para combater a crise climática. 

O documento será entregue para Valcleia Lima, Superintendente Geral Adjunta da FAS, responsável por levar o manifesto à COP30. Ela vê a iniciativa com otimismo, como ponto de partida para uma nova perspectiva sobre a Amazônia.

“É fundamental conhecermos os anseios da juventude. Este manifesto, fundamentado na questão das mudanças climáticas, mostra como a voz dos jovens faz diferença. Estamos no caminho certo ao oferecer espaços de debate que reúnem indígenas, quilombolas, ribeirinhos, moradores da capital e do interior, permitindo que expressem, com sua própria voz, o que os afeta”, ressalta.

Confira um trecho do “Manifesto da Juventude da Floresta”:

Nós, jovens indígenas, ribeirinhos e quilombolas somos a Amazônia viva.

Nossos corpos carregam rios, nossas vozes carregam ventos, e nossos passos ecoam o som das raízes que resistem mesmo quando tentam arrancá-las. Somos filhos de uma terra que respira, mas que hoje luta para não ser sufocada pelo preconceito, pela devastação e pelo silêncio.

Crescemos entre florestas, águas, cidades e comunidades que existem e resistem. Carregamos a força dos nossos ancestrais, mas também a dor de sermos invisibilizados. O preconceito nos atravessa como fogo: quando ridicularizam nossos grafismos, nossas línguas e sotaques, assim como nossos modos de vida, quando nossas redes de ensino não acreditam em nosso potencial, quando políticas públicas ignoram quem somos e onde vivemos.

Queremos ser escutados, reconhecidos e respeitados. Este manifesto é o grito coletivo de uma juventude que não aceita ser silenciada.

[…].

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, a melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas e a valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição apresenta resultados expressivos, como o aumento de 202% na renda média de milhares de famílias beneficiadas e a redução de 39% no desmatamento em áreas atendidas.

Sobre o Movimento Bem Maior

O Movimento Bem Maior (MBM) é uma organização social que reúne investidores, organizações sociais e uma rede de parceiros com o objetivo de construir um Brasil com mais equidade e dignidade para todos. Por meio da filantropia estratégica, o MBM mobiliza recursos financeiros e investe em ideias, projetos e iniciativas que multiplicam o impacto positivo e impulsionam o desenvolvimento sustentável do País. Saiba mais: movimentobemmaior.org.br.

Sobre o BNDES

Ao longo de seus 74 anos de história, o BNDES tem sido o principal instrumento do Governo para promover investimentos de longo prazo na economia brasileira, além de ser um dos principais financiadores de micro, pequenas e médias empresas do País. O Banco tem importante atuação anticíclica em momentos de crise, como um dos formuladores das soluções para a retomada do crescimento da economia. Atualmente, o BNDES também atua com foco na criação e manutenção de empregos, na melhoria dos serviços públicos do Brasil, como educação, saúde e saneamento, além de apoiar o País na transição justa para uma economia neutra em carbono. O Banco tem como propósito transformar a vida de gerações, promovendo o desenvolvimento sustentável.

— 
Fonte: Up Comunicação Inteligente – Emanuelle Aráujo

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