Ativistas, empreendedores, pesquisadores, instituições e pessoas engajadas em prol da transformação da Amazônia participaram do “Café Futuros Amazônicos”, evento híbrido promovido pelo Hub de Bioeconomia Amazônica, nesta terça-feira (30/05), que celebrou o primeiro encontro da rede.
O encontro presencial foi realizado na sede da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em Manaus, e reuniu mais de 30 convidados. Na transmissão online, 20 pessoas contribuíram para fortalecer a rede e apoiar a construção de uma trilha coletiva com soluções para desenvolver uma bioeconomia inclusiva e justa na região amazônica.
A programação começou com um momento cultural apresentado pela ativista e cantora indígena Djuena Tikuna, que proporcionou reflexões sobre a importância das tradições e luta dos povos originários. Em seguida, o superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, destacou a importância do trabalho étnico com povos originários para a conservação e o fomento de uma bioeconomia centrada na valorização do conhecimento dos povos da floresta.
“Quem são os guardiões da bioeconomia amazônica? A meu ver são os povos indígenas e as populações tradicionais. Essas são as pessoas que têm um conhecimento étnico-ecológico, étnico-farmacológico, étnico-biológico. Nós estamos aqui com a ideia de conservar a floresta, de melhorar a vida das pessoas que estão nela. A partir disso, levar prosperidade para a Amazônia”, comentou Virgilio.
A programação seguiu com a apresentação do Hub de Bioeconomia Amazônica, seus objetivos, principais resultados e as contribuições que a organização tem gerado para o ecossistema da região.
Também aconteceu a realização de uma dinâmica entre os participantes. As equipes foram divididas em cinco Grupos de Trabalho (GTs): Financiamento da Bioeconomia Amazônica; Geração de Conhecimento em Bioeconomia Amazônica; Incidência Política em Bioeconomia Amazônica; Desenvolvimento de Capacidades em Bioeconomia Amazônica; e Outras Frentes e Projetos.
Uma das participantes, a co-fundadora da startup Kaopay, Ana Leía, que oferece serviços de pagamentos offline para comunidades ribeirinhas que não tem acesso à conectividade na Amazônia, disse que a experiência foi muito valiosa para pensar em novas ideias.
“Para mim, foi uma experiência incrível. Nós tratamos do tema ‘Geração de Conhecimento’, que para nós é bem importante. Uma das estratégias que pretendemos adotar é gerar conhecimento e aprender como se comunicar com outras pessoas, que muitas vezes não falam nossa língua ou que possuem algum tipo de limitação”, declarou.
Quem também movimentou o debate político no evento foi o ativista Mattheus Oliveira, cofundador da Cooperação da Juventude Amazônica para o Desenvolvimento Sustentável (COJOVEM). O jovem paraense reforçou o valor e a presença dos amazônidas, bem como da juventude, para uma real transformação na Amazônia.
“Foi muito importante ver que há mãos, parceiros, pessoas, entidades e organizações que estão com um olhar de não usurpação para as comunidades tradicionais, mas sim de construir ou criar ‘juntes’. Fomentando processos, mecanismos, financiamentos e conexão para fazer chegar as oportunidades e possíveis redes de cooperação. Participar do GT de ‘Incidência Política & Bioeconomia Amazônica’ foi essencial para perceber que uma cúpula voltada apenas para as juventudes amazônidas é algo possível, pois dialoga com a bioeconomia pensando na conservação dos nossos recursos e riquezas naturais, incluindo a juventude”, destacou o jovem.
Segundo a facilitadora do Hub de Bioeconomia Amazônica, Marysol Goes, o encontro foi a abertura de um espaço de interação para que soluções concretas que já existem na Amazônia ganhem mais força e que novas propostas possam emergir do território e encontrar suporte de parceiros dentro da rede.
“Já temos as respostas na Amazônia para enfrentar os problemas complexos que temos, não precisamos reinventar a roda, mas sim criar ambientes propícios para que as pessoas e organizações possam colaborar e cooperar entre si. Existem recursos, pessoas e ferramentas disponíveis para criarmos o futuro sustentável que desejamos para região, mas é necessária a convergência entre os mais diversos atores e isso apenas conseguimos construindo espaços de diálogos”, disse Marysol.
Sobre o Hub de Bioeconomia Amazônica
O Hub de Bioeconomia Amazônica é uma rede local, regional e global que conecta e articula organizações e lideranças para amplificar soluções para uma bioeconomia inclusiva na Amazônia. É secretariada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e vinculada à Green Economy Coalition (GEC), uma das maiores alianças globais de organizações multissetoriais engajadas na promoção de uma economia verde e justa no mundo.
Acesse https://bioeconomiaamazonia.org/ e saiba mais.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.
Fonte: Up Comunicação Inteligente – Emanuelle Aráujo / Créditos das Fotografias: Bruna Martins