BrasilPrincipais Notícias

Seminário de comissão do CFOAB discute dignidade e direitos das pessoas com deficiência

A Comissão Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB promoveu, nesta quinta-feira (15/12), o seminário virtual “Cidadania, Dignidade da Pessoa Humana e a Atuação da Advocacia”. Ao longo do dia, foram realizados painéis focados na defesa das prerrogativas da profissão sob o viés da inclusão, no acesso à saúde e à educação e na luta de mães que enfrentam desafios diários em relação ao autismo e doenças raras.

“A ONU proclamou em 3 de dezembro de 1992 o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência para que todos os países-membros comemorassem a data gerando conscientização, compromisso e ações que promovam o direito das pessoas com deficiência. Essa iniciativa visa a conscientizar a sociedade para a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, promover os direitos humanos e conscientizar a população, celebrar as conquistas e pensar a inclusão desse segmento na sociedade”, salientou a presidente da Comissão, Maria Eugenia de Oliveira

Ela ainda destacou os objetivos gerais buscados pelo evento: combater o capacitismo, que é o preconceito a partir de falas e ações que oprimem e excluem do convívio social as pessoas com deficiência; destacar a importância da inclusão e da acessibilidade a partir do desenvolvimento de políticas públicas; e incentivar ações duradouras de conscientização para facilitar a entrada no mercado de trabalho, derrubando o preconceito de empregadores.

OAB atuante

Maria Eugenia ainda lembrou da atuação da OAB no tema, citando o Projeto de Lei 2.617/2019, que tramita na Câmara dos Deputados. A proposta traz a determinação para que escritórios de advocacia e seccionais de OABs em todo o país promovam a inclusão de advogados e funcionários com deficiência.

Coordenadora do evento e membro consultora da Comissão, Liduína Carneiro trouxe a reflexão sobre as dificuldades de acessibilidade nesses casos para o exercício da advocacia.

“Temos muitas dificuldades para exercer nossa profissão. (Temos que) Voltar os direitos humanos para a garantia do trabalho, esse direito social, não visto como obrigação, mas como a nossa contribuição para a existência, o que nós gostamos de fazer. Nós encontramos muitas barreiras dentro da própria estrutura do Poder Judiciário e das estruturas administrativas. Barreiras físicas, barreiras atitudinais. Mas estamos aqui, firmes e fortes”, registrou Liduína, que também é coordenadora-geral do Instituto de Direito, Acessibilidade e Inclusão (Idai).

O seminário pode ser conferido na íntegra no canal da OAB Nacional no Youtube.

Painéis

O primeiro painel do seminário abordou o tema “A Resolução Nº 401/2021 e o respeito às prerrogativas para a advocacia”. Mediado pelo advogado e secretário da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-TO, Marques Elex, o painel contou com a advogada e escritora do livro Acessibilidade Atitudinal, Deborah Prates, e com o advogado Melhym Quemel. Os três participantes são cegos.

Além de defender a independência das pessoas com deficiência a partir do atendimento de todas as regras incluídas na Resolução, voltada a direitos humanos, acessibilidade e sustentabilidade, foram destacadas dificuldades no campo virtual, como no uso do Processo Judicial Eletrônico (PJe), e no campo físico, com problemas para peticionamento e até para o acesso a locais de atuação do advogado.

Ainda foi relatada a importância da acessibilidade atitudinal. Por exemplo, uma pessoa se descrever ao começar a falar publicamente, trazendo suas principais características, em ação voltada para cegos. Já ao falar com surdos, o ideal é ficar de frente ao interlocutor, de forma que a boca e o rosto se mantenham visíveis. “Eu vejo com os ouvidos, e as pessoas surdas ouvem com os olhos”, resumiu Deborah Prates.

O segundo painel tratou do “Acesso à saúde para pessoas com deficiência: limitações no SUS e Rol Taxativo”. Coordenado por Liduína Carneiro, as exposições foram realizadas pelo membro da Comissão Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB Joelson Dias; pela coordenadora do Grupo Especial de Educação da Comissão de Direitos de PCDs da OAB/SP e diretora Jurídica do Instituto Lagarta Vira Pupa, Vanessa Ziotti; e pelo advogado com experiência na área de planos de saúde Luiz Felipe Conde.

A “Inclusão e acesso à educação: escolas especiais e a educação domiciliar ou homeschooling” pautou o terceiro painel, mediado pela advogada especializada em Direitos das Pessoas com Autismo e com Deficiências Camilla Varella. Os debatedores foram a consultora especializada em educação inclusiva e criação de produtos editoriais em educação Meire Cavalcante; e a diretora de Comunicação da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Patricia Almeida.

As discussões seguiram com o painel “Maternidade que não foge à luta – O desafio nosso de cada dia (autismo, SD, Raras – Movimento e campanhas capitaneadas por mães)”, coordenado por Liduína Carneiro. Os debatedores foram a fundadora do Instituto Lagarta Vira Pupa e deputada estadual eleita por São Paulo, Andréa Werner; a especialista em gestão pública Anna Paula Feminella; e a presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência do Instituto Brasileiro de Direito de Família do Pará (IBDFAM-PA), Gisela Costa.

Fonte: OAB

COMPARTILHAR
PUBLICIDADE FIM DOS POSTS

Related posts

MEC divulga resultado da segunda edição do Sisu 2023

Redação

PF atua contra empresa de seguro fraudulento em três estados

Redação

Inflação oficial fecha 2022 em 5,79%

Redação

Deixe um comentário