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Estiagem começa no Pantanal com rios e chuvas abaixo da média histórica

Estação medidora de Ladário (MS) registra onde está localizada uma estação de referência e com a série histórica mais longa, o nível do rio em 1,44 m, abaixo da média histórica

O período de estiagem começou no Pantanal e o cenário alerta para a possibilidade de uma seca severa nos próximos meses na Bacia do Rio Paraguai. De acordo com o monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB), no município de Ladário (MS), onde está localizada uma estação de referência e com a série histórica mais longa, o nível do rio está na marca de 1,44 m, segundo dados desta segunda-feira (13).A cota está abaixo da média histórica e pode atingir níveis críticos entre setembro e outubro, quando as chuvas, usualmente, retornam na região, que engloba o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul. Os dados de outras estações podem ser consultados no boletim de monitoramento do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai.

Essa estação chuvosa – de outubro de 2023 a abril de 2024 – foi caracterizada por um déficit no volume de chuvas, que prejudicou a recuperação da bacia. Neste mês, era esperado em torno de 57 mm para a região e foi registrado volume inferior a 3 mm. Diante deste cenário, as projeções mostram que Ladário pode atingir, no pico da estiagem, uma cota que varie entre o que ocorreu em 2020, quando foi registrado -32 cm, e o cenário mais grave observado em 2021, época em que o rio chegou a -61 cm. 

“As projeções indicam que a mínima anual pode ocorrer em outubro com cota negativa. Se chover dentro da média, teremos um cenário semelhante ao ano de 2020. Caso as chuvas fiquem abaixo da normalidade, o cenário será mais grave e similar aos anos em que enfrentamos as piores secas da história do Pantanal: 1964, 1971 e 2021”, explica o pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna. 

A situação tem impactos significativos no ecossistema, nas comunidades ribeirinhas, nos estados e em todo o Brasil, com repercussão também em outros países vizinhos, em especial na Bolívia e no Paraguai, que são dependentes da hidrovia Paraná-Paraguai para o comércio exterior. 

Além disso, a seca severa provoca dificuldades no abastecimento de água, limitações na navegação, ampliação dos riscos de incêndios florestais e um potencial aumento do tráfego em rodovias, que danifica as estradas e eleva os riscos de mortandade de animais silvestres por atropelamento.

Projeções do SGB se confirmam

No domingo (5), Ladário alcançou a maior cota do ano: 1,48 m. “Esse nível máximo é significativamente baixo se comparado àquele considerado o de uma cheia normal na bacia, que é a cota de 4 m”, contextualizou o pesquisador Marcus Suassuna. A marca está a apenas 1 cm acima da cota máxima prevista pelo SGB em fevereiro, em boletim de alerta extraordinário. 

Desde fevereiro, o SGB vem comunicando e emitindo alertas sobre a situação no Pantanal, a fim de subsidiar ações que possam reduzir os impactos provocados pela seca. O monitoramento é essencial para que se possa acompanhar a evolução hidroclimatológica na bacia, a fim de que se adotem medidas que possam reduzir os impactos da estiagem esperada para a região neste ano.

Acompanhe aqui o monitoramento do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai

Por Serviço Geológico do Brasil 

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