Considerada uma técnica de derivação urinária, ou seja, que desvia o fluxo da urina do seu trajeto normal, a ‘nefrostomia percutânea guiada por ultrassonografia’, a qual inclui um implante de cateter, tem ajudado no tratamento de pacientes com diversos tipos de cânceres avançados, localizados na região pélvica. O cirurgião urologista da Urocentro, Dr. Giuseppe Figliuolo, explica que a intervenção auxilia na desobstrução renal, preservando as funções dos rins e evitando a diálise (método indicado para a filtragem externa do sangue), o que, consequentemente, causa menos agressão ao organismo.
Por se tratar de uma técnica guiada por ultrassonografia, a cirurgia não necessita de grandes incisões, já que as imagens são transmitidas em tempo real durante a abordagem. Assim, o procedimento é menos invasivo que os demais e tem a recuperação pós-cirúrgica acelerada.
Apesar de já ser realizada na rede privada, em Manaus, a técnica deve ser incorporada à rotina do SUS muito em breve, já que é tema de uma pesquisa desenvolvida por Figliuolo e um grupo de acadêmicos, na Fcecon, unidade da rede pública.
“Considerada neoadjuvante (realizado antes da terapia definitiva), esse tipo de intervenção pode ser feita com anestesia local e o paciente recebe alta no mesmo dia, após o implante do cateter. É mais uma opção considerada menos invasiva e bastante eficaz. A derivação é feita para que os pacientes tenham uma melhora geral dos seus quadros e, assim, sejam submetidos aos tratamentos definitivos contra o câncer”.
Oncologia
Figliuolo destaca que a nefrostomia guiada por ultrassonografia é indicada para pacientes com obstrução ureteral e uremia (aumento de ureia no sangue). Ela serve, ainda, para drenar líquidos acumulado nos rins através de cateter, que pode ser implantado de forma provisória ou definitiva, dependendo da patologia.
“No caso dos pacientes oncológicos, geralmente, os tumores de colo uterino e bexiga avançados, acabam comprimindo os rins, já que ocupam mais espaço na região pélvica. Isso pode levar à insuficiência renal obstrutiva, impedindo que a função renal esteja 100%. Isso faz com que as substâncias tóxicas que deveriam ser eliminadas do organismo, permaneçam lá e só saiam através da filtragem externa, a chamada diálise”, esclareceu o especialista.
Aí entra a nefrostomia guiada, que nesses casos, acaba tendo a finalidade de manter os rins funcionando, retirando os pacientes da diálise, para que os esforços estejam voltados apenas para o tratamento contra o câncer propriamente dito, que geralmente é multimodal, podendo incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
“Considerada neoadjuvante (realizado antes da terapia definitiva), esse tipo de intervenção pode ser feita com anestesia local e o paciente recebe alta no mesmo dia, após o implante do cateter. É mais uma opção considerada menos invasiva e bastante eficaz. A derivação é feita para que os pacientes tenham uma melhora geral dos seus quadros e, assim, sejam submetidos aos tratamentos definitivos contra o câncer”.