Na segunda-feira (18/11), a médica mastologista Hilka Espírito Santo apresentou os resultados parciais da pesquisa de doutorado que vem realizando com mulheres privadas de liberdade do sistema prisional de Manaus.
O trabalho é realizado em parceria com Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Em junho, quando começou o acompanhamento, 268 apenadas receberam o material de autocoleta e teste de DNA para o Papilomavírus Humano (HPV). Em 55 mulheres foi detectado o vírus do HPV e em 21 os dados foram inconclusivos.
Segundo a pesquisadora, os dois grupos serão acompanhados e submetidos a exames. “Essas mulheres vão agora fazer exames de colposcopia, citologia de meio líquido e biopsia e avaliação de proteína que avalia o grau da possibilidade de proliferação desse tumor.
A partir daí serão tratados o tumor e outras doenças sexualmente transmissíveis que elas possam ter”, informou a médica.
Parcerias
A pesquisa tem parceira ainda com a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), as universidades Estadual Paulista (Unesp) e Federal do Amazonas (Ufam).
Para a coordenadora de saúde do sistema prisional do Amazonas, Alyne Taumaturgo Botelho, com o resultado dessa pesquisa é possível verificar que o exame de autocoleta é viável sem precisar que as apenadas sejam transportadas para fora da unidade.
“De imediato essas mulheres serão tratadas e a melhor forma é a prevenção. Para isso, a ideia é sensibilizar os órgãos de saúde para que se diminua o tempo de rastreio do vírus e para que essas mulheres privadas de liberdade entrem nas campanhas de prevenção por meio do sistema de autocoleta”, concluiu Alyne Botelho.