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Projeto leva inclusão para crianças e adolescentes deficientes por meio da música em Manaus

Mais de 100 crianças e adolescentes autistas, surdos, cegos e com outras deficiências múltiplas estão sendo alcançadas pela 3ª edição do projeto “A música nas escolas públicas de atendimento especial: uma ferramenta de transformação social”, que acontece em Manaus (AM). A iniciativa, que visa garantir a inclusão pedagógica de estudantes deficientes, é uma proposta de políticas públicas do músico, produtor musical e neuropsicopedagogo, Abner Viana.

O projeto teve início no segundo semestre de 2023. Com autorização das escolas públicas especiais, a iniciativa leva intervenções neuropsicopedagógicas musicais que priorizam o ensino da música para o público de alunos especiais da rede pública, e, bem como, compreende as individualidades dos mesmos.

Durante as atividades, cada estudante escolhe um instrumento musical que preferir para reproduzir sons regionais e também cria células rítmicas baseadas em ritmos brasileiros como: baião, forró, toada, samba e afins, na companhia dos colegas tendo a sociabilidade como elemento primordial de partilha em grupo.

O diretor do projeto, Abner Viana, tem formação em Música pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), licenciatura em Artes Visuais (UniBF), pós-graduação em Neuropsicopedagogia e Psicanálise Clínica (UniBF), e mestrado em Letras e Artes (UEA). Ele valoriza a oportunidade que os alunos têm para se descobrir e se desenvolver na música.

“A busca pelo som que cada estudante imagina e de tentar reproduzi-lo em um instrumento musical ou de cantar e dançar um determinado ritmo, é muito suis generis [do latim, “de seu próprio gênero”], porque não apenas varia de escola para escola, mas também de faixa etária para faixa etária. Esse tipo de interação dá ênfase no diferencial de cada um, preservando o conjunto [de alunos], mas permitindo que cada um se expresse da forma que achar melhor”, comenta Viana.

Desde o início, o projeto também tem sido bem avaliado pela direção e corpo docente das escolas. A intérprete de Libras Cristina Lima (integrante do projeto) destaca a importância da inclusão do deficiente auditivo no ambiente musical.

“Fazer a interpretação da música para o surdo é importante, porque muitas vezes as demais pessoas acreditam que o surdo não gosta de música, não sabe dançar. Mas nós percebemos que o surdo gosta de escutar música, ele dança, sente o ritmo e a vibração. Então, eles conhecem esses elementos e o sentido da música”, enfatiza.

Quem também elogiou a dinâmica do projeto foi o professor e músico Rodrigo Andrade. “Os alunos interagiram conosco de uma forma mais intensa, através dos ritmos que tocamos e que eles mesmos foram propondo ao longo das atividades. Essa interação se deu até na sensibilidade de todos ao tocarem juntos. Vou guardar essa experiência para a vida, porque não tem preço”.

Em agosto, o projeto visitou os colégios estaduais Augusto Carneiro dos Santos, Diofanto Vieira Monteiro, Manoel Marçal de Araújo e Joana Rodrigues Vieira, todos atendem uma gama de estudantes com algum tipo de deficiência. A terceira edição do projeto encerrou nesta terça-feira, 13 de agosto, quando foi promovido na Escola Estadual Joana Rodrigues Vieira, que atende crianças cegas e/ou com baixa visão, além de autistas e deficientes múltiplos.

As atividades estão sendo transformadas em documentários, com legenda e tradução em Libras, que podem ser acessados gratuitamente no YouTube: www.youtube.com/@windsavner4691. “Queremos inspirar mais profissionais da Educação a criar projetos que tenham a mesma pegada: inclusão social. Somente, assim, junto às escolas e a sociedade, poderemos transformar a nossa realidade”, finaliza Abner Viana.

A 3ª edição do projeto “A música nas escolas públicas de atendimento especial: uma ferramenta de transformação social” é contemplado pelo Edital nº 007/2023 – Chamamento Público de Fomento às Artes – do Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM), e tem apoio do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e do Espaço Curupira.

Fonte: Up Comunicação Inteligente- Emanuelle Aráujo

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