Sustentabilidade e saúde: como a FAS leva atendimento a comunidades isoladas da Amazônia

No Dia Mundial da Saúde, iniciativas reforçam compromisso com o bem-estar e adaptação às mudanças climáticas

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS), organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia, segue ampliando o acesso a serviços essenciais para comunidades ribeirinhas da região amazônica, com destaque para a telessaúde, apoio com infraestruturas de apoio à saúde e soluções inovadoras de abastecimento de água potável. Neste Dia Mundial da Saúde, a instituição reforça o compromisso com ações que visam mitigar os impactos das mudanças climáticas e fortalecer a qualidade de vida dos moradores.

A FAS tem sido uma parceira estratégica de secretarias de saúde dos municípios e do estado na promoção da telessaúde, conectando comunidades remotas a profissionais da saúde. Por meio de polos de conectividade, médicos e especialistas podem realizar consultas, diagnósticos e acompanhamentos à distância, garantindo suporte contínuo às populações isoladas.

Em 2024, foram realizados 334 teleatendimentos e a formação de 37 agentes de saúde. Entre os dados que acendem um alerta estão os 30 atendimentos psicológicos realizados entre agosto e setembro, dos quais 23% apresentavam queixas relacionadas à estiagem. Já entre setembro e outubro, esse índice subiu para 33% dos 24 atendimentos. Os principais problemas relatados incluíram sintomas de depressão, fobia social, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), conflitos familiares e conjugais, além do luto.

Para quem vive nessas regiões de difícil acesso, o telessaúde representa não apenas um avanço na assistência médica, mas também um alívio para desafios cotidianos, como deslocamentos longos e custos elevados para buscar atendimento. A moradora da comunidade Boa Esperança, no município de Manicoré, Maria Milda Teixeira de Souza, destaca como essa iniciativa transformou a realidade local:

“Melhorou muito aqui na comunidade com o telessaúde, porque fica perto da nossa casa. Antes nós tínhamos que ir para Manicoré e era um gasto grande”, relata.

A seca dos rios, agravada pelas mudanças climáticas, impactou diretamente a vida dos moradores, não apenas na saúde mental e física, mas também na garantia de recursos essenciais, como a água potável. A dificuldade de acesso à água de qualidade compromete a higiene, aumenta os riscos de doenças e dificulta a recuperação de pacientes, criando um ciclo de vulnerabilidade. Além disso, a escassez hídrica afeta a produção de alimentos, a renda das famílias e até a continuidade das atividades escolares, tornando o problema ainda mais complexo.

“Atuamos para apoiar as populações tradicionais garantindo direitos básicos como saúde, água e educação. Conseguimos avançar com o Programa Saúde na Floresta por meio de muitas parcerias e acreditamos que em meio às mudanças climáticas é necessário disponibilizar tecnologias sustentáveis que ofereçam soluções para essas populações. Os atendimentos de telessaúde são exemplos de como é possível aumentar qualitativamente a presença do SUS na floresta e levar dignidade aos povos da Amazônia, facilitando a vida dessas pessoas”, comenta Mickela Souza, gerente do Programa Saúde na Floresta da FAS.

Saúde e acesso à água: um desafio interligado

Para reduzir os impactos da crise climática na saúde das comunidades, a FAS tem fortalecido iniciativas que garantem o acesso à água potável, um fator essencial para a prevenção de doenças e a promoção do bem-estar. Em parceria com a Fundación Avina e a Coca-Cola Brasil, o projeto Água + Acesso instalou, em 2024, quatro sistemas de captação, tratamento e armazenamento de água potável na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus, beneficiando 1.800 moradores. Os sistemas utilizam energia renovável, por meio de paineis fotovoltaicos conectados a estações de tratamento de água.

Além disso, a distribuição de mochilas Água Camelo beneficiou 650 pessoas, e mais de 1.900 moradores das RDS Piagaçu-Purus e da Reserva Extrativista (Resex) Rio Gregório foram contemplados com sistemas de captação de água. No total, as ações de acesso à água potável chegaram a nove territórios, abrangendo 24 comunidades, aldeias e bairros.

“A falta de água potável impacta diretamente a saúde das comunidades, tornando-as mais vulneráveis a infecções gastrointestinais, desidratação e outras doenças. Com o projeto Água + Acesso, conseguimos levar tecnologia e infraestrutura sustentável para garantir que milhares de pessoas tenham acesso a um recurso essencial para a vida. O uso de energia renovável nos sistemas de captação e tratamento reflete nosso compromisso com soluções inovadoras e sustentáveis para a Amazônia”, ressalta Valcléia Lima, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades na FAS.


Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.

Fonte: Up Comunicação Inteligente

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