Como parte da rede de apoio emocional, construída para acolher exclusivamente profissionais vinculados à Associação Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas), os quais atuam no SUS, a instituição fortaleceu, em 2023, o ‘Programa Ações que Resgatam’, além de incorporar o ‘Segeam mais Saúde’.
De acordo com a psicóloga Quézia Freitas, o principal objetivo das iniciativas é promover mais qualidade de vida aos colaboradores que atuam na linha de frente na rede pública, garantindo, no dia-a-dia, um atendimento de excelência à população do estado.
Atendimento multidisciplinar
Membro da equipe do Ações que Resgatam, Quézia destaca que o programa foi implantado no âmbito da Segeam, em 2022, durante o segundo pico da pandemia da Covid-19, que atingiu fortemente os profissionais da saúde. Em média, são atendidas 45 pessoas por profissional que compõe a equipe multidisciplinar, somando de 100 a 125 atendimentos por especialidade. Entre as alterações constatadas na avaliação inicial, estão ansiedade e depressão.
“Como a Segeam é considerada a principal prestadora de serviços de enfermagem ao SUS no Amazonas, nossos colaboradores foram afetados pelos efeitos da pandemia de forma muito significativa. Ao mesmo tempo em que precisavam lidar com os atendimentos à população, havia a preocupação com a família, que também era latente. Por isso, decidimos adotar como medida permanente, o apoio emocional”, explica.
A especialista explica que, entre os fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento das alterações, levantadas entre os profissionais atendidos, estão: problemas nas relações interpessoais, ansiedade, questões pessoais como o luto, enfermidades crônicas, problemas familiares, divórcios, entre outros.
O Ações que Resgatam inclui atendimento psicossocial e fisioterápico para profissionais da Segeam (em sua maioria, enfermeiros). Há, ainda, acompanhamento de até três meses e posterior encaminhamento ao plano de saúde ou à rede pública para continuidade caso haja necessidade.
Segeam mais Saúde
Já o Segeam mais Saúde foi construído em 2022 e implantado em março deste ano, com o objetivo de tornar o suporte em saúde mais abrangente aos colaboradores, envolvendo especialistas como enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, entre outros.
Quézia explica que a criação do programa ocorreu em parceria com o Sesmt (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). “As ações foram traçadas a partir dos indicadores levantados pelo Sesmt, após os exames periódicos obrigatórios aos quais os colaboradores são submetidos”, destacou a psicóloga.
Alterações como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e sobrepeso estão no radar do programa. “Após uma triagem, que inclui avaliações de IMC (Índice de Massa Corporal), glicemia, bioimpedância (que mede a composição corporal completa), entre outros, são traçadas as estratégias de atendimento”, destacou.
O acompanhamento atua nas duas pontas, promovendo o apoio nutricional, prioritariamente, e também o emocional e social necessários para a mudança de certos hábitos. Em cada etapa, leva-se em consideração uma anamnese completa, que levanta o histórico familiar de saúde de cada colaborador. Como o projeto ainda está na fase piloto, inicialmente, o acompanhamento deve durar até um ano.
“Além das avaliações presenciais, que são feitas a cada três meses, também criamos um grupo de whatsapp, para dicas diárias de saúde e para tirar dúvidas”, frisou Quézia Freitas. Pelo menos 25 pessoas já estão sendo diretamente beneficiadas com a estratégia.
Setembro Amarelo
O ‘Setembro Amarelo’ é uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção ao suicídio e da manutenção de ações voltadas à saúde mental.
Em 2013, a campanha Setembro Amarelo passou a fazer parte do calendário nacional. Em 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgaram e conquistaram parceiros no Brasil inteiro a partir da iniciativa.
No Amazonas, o movimento ganhou força nos últimos anos, com a adesão de entes públicos e instituições privadas ligadas ou não à saúde.
Por Ana Carolina Barbosa