Prefeito quer ‘passar a mão na cabeça’ do enteado, dizem familiares de engenheiro morto

Publicado por acritica.com

“Que ele [Arthur Neto] lave a boca, ele pode conhecer bem o enteado dele, mas não sabe quem era o meu irmão”, disse a irmã de Flávio Rodrigues dos Santos

Parentes e amigos de Flávio Rodrigues dos Santos, de 42 anos, contestaram a informação de que o engenheiro fosse usuário de drogas. Em posicionamento na manhã desta segunda-feira (01°), o prefeito de Manaus, Arthur Neto, afirmou que o homem, encontrado morto na tarde de ontem,foi sequestrado por homens encapuzados, que o “cobravam pagamento pelo trabalho maldito que leva pessoas à perdição”, da casa do seu enteado, Alejandro Molina Valeiko, filho da primeira-dama do município Elisabeth Valeiko Ribeiro.

O chefe do executivo municipal relatou que o engenheiro era usuário de drogas e que seu enteado é dependente químico. Ao prefeito, a irmã da vítima, Aline Almeida, contestou as declarações dadas:Newsletter – Receba os destaques do portal A Crítica todos os dias no seu e-mail.

“Que ele lave a boca, ele pode conhecer bem o enteado dele, mas não sabe quem era o meu irmão. Não é porque ele morava no Morro [da Liberdade], que ele era uma pessoa ruim, lá tem muita gente boa, não era traficante não. O prefeito levantou a calúnia, ele jamais vai macular a imagem do meu irmão. Nem que ele use toda sua artimanha e poder político, pra tentar incriminar meu irmão que tá morto”, disse.

Para Elis Travassos, amiga de Flávio Rodrigues, o posicionamento emitido pelo prefeito em sua página no Facebook, é uma maneira de “passar a mão na cabeça” do enteado. Inconformada, ela disse que poderiam até quebrar o sigilo do telefone do engenheiro ou procurar por fichas na polícia, porque não há o que encontrar.

“Ele contava tudo para mim, por tudo o que passava, e eu contava tudo para ele. Tínhamos uma relação de irmãos, são mais de 15 anos de amizade”, disse Elis, que descreveu o amigo como uma pessoa extremamente doce, incapaz de perceber coisas do mal.

Um amigo de trabalho de Flávio, que preferiu não se identificar, relatou que há uma grande comoção na Ambev, local onde a vítima trabalhava. “A equipe está em choque, sem acreditar no que aconteceu e triste com as mentiras espalhadas nas redes sociais”, disse, acrescentando que o engenheiro era super alto astral, querido por todos seus pares e funcionários.

“O Flávio passava o dia trabalhando na Manutenção, chegou a ser promovido várias vezes durante os 18 anos de empresa. Tenho certeza que ele não usava coisas erradas, não precisava disso”, disse.

O velório de Flávio Rodrigues está acontecendo na funerária Canaã, localiza na rua Major Gabriel, na Zona Sul de Manaus. O enterro será no Recanto da Paz, em Iranduba, município distante 27 quilômetros da capital, sem horário definido.

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