Sabedoria milenar dos povos indígenas guia práticas sustentáveis que protegem a floresta e inspiram um futuro mais equilibrado para o planeta diante das mudanças climáticas
Em abril, mês marcado por importantes reflexões sobre a proteção da vida e do planeta – com a celebração do Dia dos Povos Indígenas e do Dia da Terra, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) reforça o reconhecimento das lutas históricas e das conquistas dos povos indígenas na defesa de seus direitos, territórios e modos de vida, além de destacar a importância dos saberes ancestrais dos povos indígenas da Amazônia na conservação da biodiversidade e no enfrentamento das mudanças climáticas. Com uma relação profunda e espiritual com a natureza, esses povos não apenas habitam a floresta, mas são parte integrante dela, aplicando práticas sustentáveis que garantem a saúde dos ecossistemas e, consequentemente, do planeta.
De acordo com a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), os povos indígenas protegem cerca de 80% da biodiversidade remanescente do planeta. No Brasil, estudos mostram que as Terras Indígenas têm os menores índices de desmatamento, mesmo em áreas com forte pressão do agronegócio e mineração ilegal. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2023, as TIs registraram menos de 5% dos focos de calor, mesmo cobrindo quase 25% da Amazônia Legal.
A FAS tem desenvolvido projetos que valorizam e fortalecem os conhecimentos tradicionais indígenas. Um exemplo é o projeto Parentas que Fazem, que mapeou 118 organizações lideradas por mulheres indígenas na Amazônia brasileira. A iniciativa teve como objetivo impulsionar a economia indígena na região, identificando atividades econômicas como artesanato, agricultura e extrativismo e valorização da medicina tradicional oferecendo apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento sustentável dessas atividades.
A FAS também promove a valorização da cultura indígena por meio de projetos como a Arquearia Indígena e a Canoagem Indígena, que incentivam a autoestima de jovens indígenas e promovem oportunidades de crescimento através do esporte. A FAS tem como objetivo criar um Centro de Treinamento de Arco e Flecha em uma comunidade indígena do Amazonas. A construção desse espaço depende de recursos, que podem ser doados por meio do site da FAS.
Essas iniciativas refletem o compromisso da FAS em reconhecer, respeitar e apoiar os povos indígenas como estratégia indispensável para o combate à crise climática, a conservação da biodiversidade e a construção de um mundo mais justo. Ao valorizar os conhecimentos ancestrais e promover o protagonismo indígena, a Fundação contribui para a sustentabilidade global, evidenciando que a Terra está, de fato, em boas mãos.
“Nós povos indígenas da Amazônia não somos apenas habitantes dessa floresta, somos seus guardiões. Desde sempre, vivemos em harmonia com a natureza, cuidando da terra, das águas, dos animais e das plantas como parte de nós mesmos. Mas todos os dias enfrentamos ameaças: nossos territórios são invadidos, nossa cultura é desrespeitada, nossa existência é colocada em risco. Mesmo assim, seguimos firmes, com coragem e sabedoria ancestral. Nossas práticas de manejo tradicional, nosso modo de viver e de pensar o mundo, ajudam a manter os ecossistemas vivos e saudáveis não só para nós, mas para todo o planeta. A floresta viva é resultado de nossa resistência. Por isso, exigimos respeito, reconhecer e valorizar nós, povos indígenas, não é um favor, é uma urgência. É o caminho para um futuro mais justo, equilibrado e sustentável para todos”, comenta Rosa dos Anjos, supervisora do Programa do Protagonismo Indígena da FAS.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.
Fonte: Up Comunicação Inteligente – Emanuelle Aráujo