Mais de mil vozes da floresta marcham com “poranga” na cabeça nesta quinta na COP30

Mais de mil lideranças extrativistas, de todos os biomas brasileiros, marcharão nas ruas de Belém (PA) em defesa da floresta viva, dos direitos territoriais e da responsabilidade climática global, nesta quinta-feira, 13 de novembro, às 17h.

O movimento, batizado de “Porongaço dos Povos da Floresta”, acontece em paralelo às mesas de debate e negociações da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

A marcha celebra ainda os 40 anos de atuação do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS). O início da concentração será às 17h, Praça Eneida de Moraes, Pedreira, entre a av Pedro Miranda e Av. Alcindo Castelo. A saída se dará às 18h em uma caminhada pacífica até a Aldeia Cabana, que fica na Av. Pedro Miranda, s/n. LA caminhada pacífica parte às 18h rumo à Aldeia Cabana (Av. Pedro Miranda, s/n). No local, será entregue a “Carta Política das Populações Extrativistas”, documento que reúne demandas e propostas a serem apresentadas às autoridades presentes.

O ato reunirá lideranças de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e parceiros internacionais. Todos caminharão com uma poranga na cabeça, acesos com óleos da floresta (como andiroba e copaíba), entoando cantorias, músicas, poesias, rezas e palavras de resistência que unem espiritualidade, arte e política.

Letícia Moraes, vice-presidente do CNS, explica que o propósito é lembrar ao mundo que não existem soluções verdadeiras para a crise climática sem justiça social, territorial e ambiental — nem sem a presença de quem defende a floresta viva.

“O ‘Porongaço dos Povos da Floresta’ nasce como um ato político. É a marcha das luzes que ecoa o legado de Chico Mendes e a sabedoria ancestral de milhares de homens e mulheres que, com coragem, seguem iluminando o caminho da vida na Amazônia. Também representa a continuidade de uma luta histórica, agora projetada no cenário global da COP30, que pela primeira vez acontece no coração da Amazônia”, afirma.

O nome do ato faz referência à poranga, lamparina tradicionalmente usada por seringueiros para iluminar os caminhos nas noites de trabalho na mata. O instrumento remete também aos “empates”, forma histórica de luta não violenta criada entre as décadas de 1970 e 1980 para defender os territórios coletivos contra o desmatamento e a grilagem.

“Hoje, o Porongaço resgata esse símbolo como metáfora da esperança, da coletividade e da luta. É um gesto de resistência que reafirma: a floresta está viva porque seus povos cuidam dela”, finaliza Moraes.

Fonte: Up Comunicação Inteligente – Emanuelle Aráujo

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