Associada de forma equivocada à função sexual, a próstata é responsável pela função reprodutora masculina, uma vez que produz o fluído que protege e nutre os espermatozoides, não interferindo diretamente na ereção. Uma das três doenças mais frequentes na glândula, a prostatite foge à regra de incidência comum em homens acima de 50 anos, podendo aparecer também em jovens e afetar a capacidade de ter filhos, caso não tratada.
De acordo com o urologista Giuseppe Figliuolo, especialista do Centro de Urologia do Amazonas (Urocentro), na maioria dos casos, a doença aumenta a frequência da vontade de urinar, o que pode acarretar também na presença de sangue na urina. “Em longo prazo, pode ser que o paciente venha a desenvolver a impotência sexual devido à dor constante, o que não significa que o nervo responsável pela ereção tenha sido afetado”, explica. Como esses sintomas são comuns também à infecção urinária, o ideal é consultar um especialista para tratar a doença sem que tenha a capacidade reprodutora afetada, principalmente em adultos jovens.
Causas
Prostatite é a infecção da próstata provocada por bactérias como Escherichia coli ou Proteus mirabilis, comuns no intestino humano e que podem atingir a glândula diretamente ou por meio dos gânglios linfáticos. Outras formas comumente encontradas são as bactérias que alcançam a próstata diretamente pela corrente sanguínea, e as que migram da bexiga ou da uretra para a próstata. Embora existam diferentes causas que podem resultar na inflamação da próstata, a maioria das prostatites é causada por bactérias.
Sintomas
Normalmente, os sintomas apresentados são: desconforto local, dor na região genital e dificuldade para urinar. Nos casos agudos ou crônicos, em que os sintomas aparecem por cerca de três meses, apresenta, ainda, febre, ardência e/ou retenção da urina, além de desânimo e falta de energia.
Figliuolo alerta também para outras variações de prostatite, como a síndrome da dor pélvica crônica, em que o indivíduo relata uma dor pélvica forte; e a prostatite inflamatória assintomática, mais comum em homens com PSA (Antígeno Prostático Específico) elevado.
“A prostatite não é uma doença transmissível. No entanto, a infecção urinária, que normalmente está na base da causa da doença, pode ser contagiosa quando combinada a alguma das doenças sexualmente transmissíveis”, afirma Giuseppe Figliuolo.
O urologista explica que a presença de infecções urinárias frequentes, problemas de esvaziamento da bexiga, uso de sonda vesical e uretrites de repetição aumentam a probabilidade de vir a desenvolver a prostatite. “A única forma de confirmar o diagnóstico é consultar um urologista para fazer exames como o de sangue, urina ou até uma ultrassonografia”, alerta.
O tratamento é feito a partir de medicações especificas, em especial, os antibióticos, que têm eficácia considerada extremamente satisfatória. “Fazer uma boa hidratação, bebendo muita água ou líquidos como chá, entre outros, é uma medida que contribui também para a cura e, acima de tudo, para a prevenção das prostatites infecciosas”, afirma Giuseppe Figliuolo.
FONTE: ANA CAROLINA BARBOSA