Conheça a trajetória profissional da bibliotecária Rosana Simões Medeiros, responsável por gerenciar um acervo de cerca de 110 mil volumes, entre livros e periódicos
Viagens a lugares distantes, descobertas inovadoras e personagens que marcaram gerações, cada história guardada e eternizada nas páginas de diferentes livros. Algumas das maiores relíquias da sociedade se encontram dentro das bibliotecas, apenas esperando por pessoas dispostas a encontrá-las. Mas, em meio a esse mar de informações, é necessário uma orientação, alguém que direcione o melhor caminho a seguir. Afinal, não é possível chegar até o tesouro sem um mapa. Nesta terça-feira (12/3), é comemorado o dia do bibliotecário, cujo trabalho vai muito além de apenas organizar livros.
Como uma guia que conduz cada um ao seu destino certo, abrindo portas e mostrando caminhos diferentes daqueles já imaginados, a bibliotecária do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rosana Simões Medeiros, é uma apaixonada pela profissão. Trabalhando desde 2002 na Biblioteca Barbosa Rodrigues, Rosana é responsável por gerenciar um acervo de cerca de 110 mil volumes, entre livros, periódicos, iconografias, dissertações e teses em botânica e assuntos correlatos, sendo a maior da América Latina nessa área.
“A minha história com o Jardim é de paixão, eu sou apaixonada por essa história, por esse acervo. Não são obras apenas de botânica, é também a história do Jardim, é a história do Brasil e da ciência. É memória institucional.”
Trabalhando há mais de 20 anos na Biblioteca do JBRJ, Rosana ainda se mostra empolgada por passar o dia rodeada das obras de autores ilustres como Von Martius, Saint Hilaire, Glaziou e Frei Velloso . Ao chegar ao Jardim Botânico, a bibliotecária não imaginava que um dia conseguiria entender sobre as diferentes famílias e espécies botânicas. Para ela, aquelas informações todas faziam parte de uma realidade diferente. Com o passar dos anos, o trabalho com as fontes e temas fizeram com que aqueles nomes, que antes lhe causavam estranhamento, passassem a ser familiares e parte da rotina.
Servidores, pesquisadores e estudantes são visitas frequentes. Muitos funcionários da instituição utilizam a biblioteca como fonte para as suas pesquisas. Além do atendimento presencial, também é possível entrar em contato por email para solicitar informações. Independentemente do meio, quem procura a biblioteca poderá contar com a empolgação e disposição de Rosana para auxiliar em sua busca.
“Alguns chegam aqui com um interesse específico e é o nosso trabalho ir perguntando, conversando, como se fosse uma entrevista para a gente poder entender melhor o que eles estão buscando. O bibliotecário é como um guia que leva cada um ao seu livro específico. É a primeira lei da biblioteconomia, para cada leitor seu livro.”
A biblioteca se constitui como um um acervo e faz parte da conservação da memória institucional do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Mesmo em meio aos avanços da tecnologia, Rosana não acredita que o espaço possa vir a se tornar obsoleto,mas passe por adaptações para que a biblioteca também faça parte do ambiente digital.
“O que perdura até hoje é o papel. As obras, os livros vão continuar existindo, mesmo com a indexação. Nesse processo,o bibliotecário se torna ainda mais importante, porque é preciso ter alguém que organize essa informação, que combine diferentes acervos. Não adianta só colocar lá e pronto, é preciso ter uma ordem. Isso aqui tem que funcionar como um organismo.”
A Biblioteca Barbosa Rodrigues tem intercâmbio com mais de 650 instituições nacionais e estrangeiras e realiza ainda a coleta, seleção e organização de acervo específico de jardins botânicos nacionais e estrangeiros. O catálogo eletrônico da Biblioteca Barbosa Rodrigues pode ser acessado em abcd.jbrj.gov.br/biblioteca
Por: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro