Causada geralmente por infecção bacteriana, a cistite (inflamação na bexiga) atinge principalmente pessoas do sexo feminino e pode evoluir para outras partes do trato urinário, como uretra e rins, causando desconforto, dores e outros sintomas. Estão inseridas nesse contexto, 5% das mulheres gestantes, que quando acometidas pela alteração, têm os riscos de partos prematuros e até abortos, potencializados, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Giuseppe Figliuolo.
Doutor em saúde coletiva, Figliuolo explica que, no caso das mulheres grávidas, o alargamento do trato urinário, ocasionado pelas mudanças hormonais, as torna mais propensas a esse tipo de problema, quadro que facilita o acesso das bactérias à bexiga e até ao útero, provocando, em casos mais graves, a antecipação dos partos.
Pessoas fora dessa condição também são alvos fáceis e podem desenvolver a cistite de forma repetitiva. Quando isso ocorre, a orientação é que haja uma avaliação clínica com um urologista, para a correção do problema e a melhoria da qualidade de vida do paciente.
O especialista ressalta que a principal causadora da cistite, também conhecida como infecção urinária, ou, Infecção do Trato Urinário (ITU), é a bactéria Escherichia coli, ou, E.coli, que integra a microbiota intestinal e acaba migrando para o sistema urinário. “No caso das mulheres, a cistite é mais comum porque a uretra feminina é mais curta que a masculina, o que facilita o acesso da bactéria ao organismo”, destacou.
De acordo com o especialista, sintomas como necessidade urgente de urinar com mais frequência, liberação de quantidade pequena de urina, ardor ao fazer xixi, dores pélvicas e na bexiga, nas costas, sangue na urina e febre, podem indicar a presença da alteração, que se não tratada adequadamente, com a dosagem medicamentosa prescrita por um médico, pode evoluir para quadros de infecção generalizada e levar, inclusive, à morte.
Prevenção
Apesar de comum, a cistite pode ser prevenida com medicas simples no dia-a-dia, como consumir muita água (pelo menos dois litros ao dia para ajudar a eliminar as bactérias da bexiga durante a micção), esvaziar com frequência a bexiga – segurar o xixi por tempo prolongado é contraindicado -, reforçar os cuidados com a higiene pessoal, urinar após as relações sexuais, usar sempre o papel higiênico na direção da frente para trás e, se possível, lavar a região após evacuar.
“Roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade, ajudam na proliferação dessas bactérias nocivas. Na região Norte, onde o calor é potencializado pela proximidade com a Linha do Equador, isso fica mais evidente e os cuidados devem ser redobrados”, frisou.
Por Ana Carolina Barbosa